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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Miniatura Marvel Nº 37 - Loki

Miniatura Marvel Nº 37 - Loki

Astuto, vingativo, brilhante em algumas de suas artimanhas, incompreendido, e às vezes até merecedor de pena, Loki compõe uma complexa personalidade ao ser um deus asgardiano por nomeação, meio-irmão do herdeiro do trono de Asgard, filho adotivo e possuidor de um passado digno de esquecimento. Tudo isso moldou Loki Laufeyson. Nessa matéria veremos algumas características desta peça que compõe o Nº 37 da Coleção de Miniaturas Marvel, Loki o Deus Nórdico da Trapaça, bem como elementos importantes da mitologia deste grande personagem do Universo Marvel.

Miniatura Marvel Nº 37 - Loki

A peça traz Loki em seu visual clássico, com  uma roupa verde e amarela, seu elmo em forma de chifres e uma capa. Embora essa não seja a representação mais antiga de Loki no Universo Marvel, é sem dúvida uma das mais populares pois é a indumentária que ele adotou durante a aclamada fase das histórias do Thor escritas por Walter Simonson. A miniatura possui alguns outros detalhes que a deixam pesada e robusta, dentre eles as potentes ombreiras e algo parecido com uma flâmula que pende do alto da cabeça do personagem. Com uma agressiva posição de firmeza, a miniatura captura a sede de conquista do famigerado deus, bem como sua incansável expressão de triunfo arrogante, mesmo em face de situações não muito favoráveis para si.

Miniatura Marvel Nº 37 - Loki

O manto usado por Loki aparece conferindo a realeza que o vilão sempre quis ter e nesse caso eu diria que ele cumpre sua função, pois realmente confere esse ar nobre ao personagem. As ondulações desse manto são outro destaque para mim, pois entendo que a modelagem em liga metálica talvez não deva ser tão fácil, e mesmo assim podemos observar ondulações que conferem a leveza que um tecido deve ter. Ponto positivo para a peça!

Miniatura Marvel Nº 37 - Loki

A face do personagem, infelizmente não consegue captar de forma precisa toda vilania de Loki, seu sorriso que é para ser de desdém e arrogância se perde um pouco. Entendo isso ao lembrar que a confecção dessas peças é individual e o espaço é pequeno para a modelagem. Isso faz com que a maioria dos personagens com faces desnudas na coleção apresentem certas distorções. Haja vista os rostos de personagens recentemente lançados em São Paulo (Capital), Kitty Pride e Emma Frost, alvos de muitos comentários dos colecionadores. Porém, esse aspecto não retira a importância desta peça do deus da trapaça.

Miniatura Marvel Nº 37 - Loki

Loki apareceu pela primeira vez na revista Journey into Mystery Nº 85 de outubro de 1962 e sua história se confunde à mitologia do próprio Thor no Universo Marvel. Loki é descendente direto de uma raça chamada de Gigantes do Gelo. Habitantes do Reino de Jotunheim os Gigantes do Gelo possuíam um Rei chamado Laufey (pai de Loki) que foi derrotado e morto por Odin, o Pai Celestial. Após sua vitória Odin descobre o pequeno bebê Loki escondido. Na verdade o pai de Loki o escondia pois seu filho não apresentava as portentosas características físicas de sua raça, se assemelhando muito ao aspecto físico mortal dos Asgardianos. Isso por si só representou o primeiro desprezo vivido por Loki durante sua miserável vida. Na corte de Odin, em Asgard, Loki foi adotado pelo Pai Celestial e cresceu à sombra do seu meio-irmão Thor, verdadeiro filho e herdeiro do trono de Asgard.

Miniatura Marvel Nº 37 - Loki

Muitas razões podem ser levantadas como responsáveis pelo ódio de Loki contra seu pai adotivo, seu meio-irmão e boa parte da corte de Asgard. De certa forma a própria origem ignóbil de Loki explica parte desse ódio. Sua herança e sua contínua sensação de "não pertencimento" ao lugar em que vive trouxe-lhe não apenas solidão, mas também (possivelmente) uma sensação de desajuste. A incrível inclinação de seu irmão (Thor) para o bem e os louros que ele sempre colheu com isso distanciavam ainda mais Loki de um reconhecimento semelhante. E reconhecimento é algo que todos buscamos, sobretudo de nossos pais e irmãos. Ainda que Thor por muitas vezes tenha dado esse reconhecimento a Loki, a personalidade orgulhosa do deus da Trapaça sempre o impediu de aceitar como genuíno esse reconhecimento. A impressão que tenho é que Loki sentia que Thor se apiedava dele e isso ele não podia aceitar.

Miniatura Marvel Nº 37 - Loki

Podemos juntar a isso a ideia de que Loki jamais conseguiria ter o mesmo apresso que Odin sentia pelo seu filho legítimo, algo que sempre lhe foi lembrado pelos demais asgardianos que não perdiam a oportunidade de lhe estigmatizarem como alguém naturalmente mal. O fato é que tudo isso convergiu para um ódio que culminou nas últimas décadas com sucessivas tentativas de ascensão ao trono da Cidade Celestial. Obviamente que toda dor pode ser entendida e explicada como fiz acima, porém o que temos que lembrar é que o bem e o mal, no final das contas são "escolhas" que fazemos. Muitos vilões parecem que tentam se absolver a partir de suas trágicas histórias pregressas, porém em alguns momentos esse caminho sempre poderia ter sido modificado pelo protagonista da história ao escolher o bem. Essa premissa foi muito bem usada na grandiosa obra (em minha opinião) chamada LOKI, de Robert Rodi (roteiro) e Esad Ribic (desenhos). Nela Loki alcança seu intento e derrota Odin, Thor, ascende ao trono e sobrepuja à tudo e à todos.

Miniatura Marvel Nº 37 - Loki

Ao conseguir tudo que sempre quis Loki se permite pensar no que o motivou ao longo de tanto tempo e com tanto ódio e pela primeira vez reconhece que o irmão (Thor) foi quem lhe deu sempre amor incondicional. Não vou revelar o fim da história para não gerar "spoiler", no entanto a obra é inovadora ao levar esse complexo personagem à uma autoanálise nunca antes vista. Uma história que recomendo muito!!!

Bem amigos... Aqui está parte da visão que possuo a respeito deste incrível personagem que ainda possui grande potencial de, no futuro, render boas histórias. Sua trajetória imita a de muitas pessoas e deve ser analisada para que entendamos que, como disse acima, a escolha é sempre nossa.

Grande abraço!

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Bom dia meu amigo,

    Nunca fui um grande fã das aventuras de Thor, pois dentre os vários personagens que a Marvel dispõe, este segmento me parece o mais intangível.
    Contudo, a brilhante adaptação do Loki nos cinemas me fez despertar um interesse muito grande por este personagem. Pois traz consigo todos os conflitos de uma "rejeição" e de viver as margens da sociedade e à sombra de Thor.

    Quanto a estátua, esta me parece ser uma das mais frágeis da coleção (até agora). Apesar de robusta, os ombros e a pena do elmo requerem atenção na hora de manusear a figura.
    Quando fui comprar a minha, muitos estavam com a pena rachada ou quebrada.
    Devo concordar com você o sorriso não capturou a essência do personagem. Em geral os rostos descobertos em sua totalidade deixam a desejar,
    De qualquer forma é uma figura que não se pode deixar de ter.

    *Sugestão: gostaria de ver a sua coleção agrupada por universo, todos xmen, todos vingadores.. etcc.. você podia dedicar um post por ano para mostrar a evolução

    Abraçoss

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    1. Olá grande amigo! Como vai!? Espero que bem.

      Thor fez parte de minha infância e adolescência, mas na época meu preferido era mesmo o Homem-Aranha, seguido do Capitão América. Já mais adulto percebi o potencial do Universo Mitológico do Thor, porém em minha opinião esse universo ainda não foi plenamente explorado. Exceção dada por exemplo à minissérie LOKI de Esad Ribc e Robert Rodi, que até comento na matéria. Acredito que as aventuras de Thor deveriam ser tratadas com a mesma atmosfera onírica usada nas histórias de SANDMAN por Neil Gaiman, pois toda mitologia nórdica habita também essa dimensão mágica abordada por Gaiman.

      O personagem (LokiI) como você também percebeu (através da interpretação de Tom Hidlestom nos cinemas) tem grandes conflitos internos sim. E seus conflitos são muitas vezes nossos conflitos também, rejeições, dificuldades de sermos aceitos, raiva, vontade de acertar... Tudo misturado. Você conhece essa minissérie que citei acima? Caso negativo é então minha grande dica para você. É excepcional não apenas na concepção artística, mas também narrativa.

      Bem lembrado sua observação sobre o cuidado com determinadas partes da peça. Principalmente essas que você salienta. Essa "pena" ou "flâmula" que pende do elmo no alto da cabeça é bem frágil. Eu mesmo já toquei nela e percebi que ela se desloca ao menor toque.

      Valeu pela dica Denis, sobre um post com fotos dos universos temáticos. Cara... Tive essa ideia já, mas sabe que eu ainda não implementei porque minhas tentativas de fotografar as peças em coletivo não me agradaram. Não consegui atingir um resultado fotográfico que me deixasse satisfeito. Porém, vou tirar uns dias de férias agora em julho e vou tentar novamente.

      Grande abraço pra você Denis.

      Marcelo.

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  3. Gostei muito da estatueta. Comprei terça. Bem detalhada, e a expressão aqui ficou legal. Agora uma crítica vai à avaliação da revista que vem junto, e subestimam o personagem: Inteligência 4/7??? Olha, posso até não concordar com algumas avaliações dos escritores, mas isso é normal, varia um ponto às vezes. Mas o Loki é genial, nas suas histórias normalmente é ele quem controla as ações de todos os personagens. Tem também do 1/7 em Combate: o fato de evitar inteligentemente a luta direta deixando (ou manipulando) outros para fazerem esse serviço não significa que ele não saiba combater (ainda mais sendo asgardiano, ou pelo menos criado como tal).

    Assim como ele fez em muitas histórias, até recentemente nas HQs em forma de mulher ou de criança, e também nos 2 filmes do Thor, onde todas as ações de ambos os filmes foram resultado de suas maquinações. No filme dos Vingadores que me decepcionei bastante, botaram um "vilão genérico" (com motivações também genéricas) vestido de Loki, então desvalorizaram bastante o pontencial do Deus da Trapaça. O filme foi bom como ação, mas especificamente na parte da caracterização de Thor e Loki foi uma grande decepção, ainda mais que eu havia lido pouco antes a fase do Simonson.

    Abraço e parabéns por mais uma descrição (que parece que sabes mais sobre Loki do que o diretor de Avengers)

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    1. Olá Alexandre... Tudo bem?

      Você tem razão sobre essa questão da inteligência. O Loki é um grande estrategista, muitas vezes atribuída como "trapaça". Mas a verdade é que suas artimanhas são incrivelmente engendradas.A questão da luta eu concordo também. Provavelmente ele não seja tão experimentado em batalhas quanto o irmão, mas isso não faz dele alguém incapaz de manejar habilmente as armas, sobretudo pelo motivo que você cita, ou seja, ele ser um asgardiano. E imagino que todo asgardiano receba como parte de sua criação uma educação quase que totalmente voltada para a arte da guerra.

      O Loki dos filmes da Marvel literalmente roubou muitas das cenas. Principalmente no último Thor II (O Mundo Sombrio) em que ele já começa o filme preso e desencadeia uma série de cenas memoráveis que, em minha opinião, eclipsou em vários momentos o personagem principal, Thor. No filme dos Vingadores eu achei o Loki até um tanto quanto amedrontado, sem muita confiança em si mesmo, quase que já achando que ia se dar mão. Achei um tanto quanto sem confiança em seu próprio plano.

      Poxa... Temos opiniões bem parecidas Alexandre. Valeu pela presença e pelo comentário!!

      Um grande abraço!!

      Marcelo.

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