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domingo, 30 de março de 2014

Miniatura DC Nº 06 - Robin

Miniatura DC Nº 06 - Robin

Tim Drake foi a 3ª encarnação do conhecido parceiro do Batman. Precedido por Dick Grayson (atual Asa Noturna) e Jason Todd (atual Capuz Vermelho), o Robin de Tim Drake estrelou aventuras ao lado do Homem-Morcego que o consolidou como um Robin que marcou época. Pois é o Robin de Tim Drake que nos é apresentado no Nº 06 da Coleção de Miniaturas DC Comics. Nessa matéria examinaremos de perto algumas características dessa peça, bem como alguns fatos da mitologia desse personagem.

Miniatura DC Nº 06 - Robin

O uniforme em que o personagem é apresentado nessa miniatura é aquele adotado pelo herói em homenagem ao seu amigo Connor Kent, um clone do Superman que integrou (ao lado de Drake) a equipe chamada Justiça Jovem e morreu heroicamente para salvar o mundo. Em homenagem a ele Tim muda as cores de seu uniforme original (vermelho e verde) para vermelho, preto e amarelo. Eu gostei muito dessa miniatura. À semelhança do que temos visto nas outras peças da coleção a pintura é brilhante e chama atenção pela qualidade.

Miniatura DC Nº 06 - Robin

A opção de moldar a peça com o local de encaixe para o bastão de luta do herói dá destaque à figura, colocando-a em posição de sentido e preparação para a luta. Outro efeito que eu já comentei aqui em outras ocasiões é a leveza da capa que novamente é mostrada numa sensação de movimento. Esse efeito pode ser encontrado em peças da Coleção DC, como por exemplo Batman e Superman, mas principalmente em algumas peças da Coleção da Marvel, tais como, Magneto, Dr. Destino, Thor e Vampira, esses dois últimos em especial.

Miniatura DC Nº 06 - Robin

Detalhes menores da peça também podem ser identificados, tais como as barbatanas presentes nas luvas, os detalhes no cinto de utilidades e o próprio bastão já mencionado acima. O corte de cabelo e a tonalidade das cores usadas no uniforme delatam a identidade de Tim Drake nesse Robin. Os uniformes e as cores usadas nos uniformes dos Robins anteriores tinham características diferentes.

Miniatura DC Nº 06 - Robin

Tim Drake se tornou parceiro do Batman a partir de um longo período de observação no qual descobriu que Dick Grayson era o Robin original e, por conseguinte, que Bruce Wayne era o Batman. Drake também acompanhou à distância os eventos que culminaram com a morte do 2º Robin nas mãos do Coringa. História que se tornou uma das mais dramáticas do Homem-Morcego nos anos 90. Preocupado com a estabilidade psíquica e física do Cruzado Encapuzado, Drake tentou intervir várias vezes para o bem de Bruce Wayne, até que, ao roubar uma roupa de Robin da Bat-Caverna, se mostrou um parceiro de valor ao auxiliar Asa Noturna e Batman na captura do vilão Duas-Caras. Assim, Drake se tornaria o 3º Robin.

Miniatura DC Nº 06 - Robin

O Robin de Tim Drake viveria aventuras solo que lhe trariam experiência de combate e maturidade pessoal. A mais emblemática foi aquela que viveu ao de Lady Shiva, derrotando o criminoso conhecido como Rei Cobra. Além disso, viveria também um romance com a heroína Salteadora (Stephanie Brown), uma garota que se tornaria uma insubordinada Robin que atuou ao lado de Batman pelo tempo em que Tim fora proibido por seu pai de atuar como herói. A maturidade emocional de Drake viria definitivamente após a morte de Stephanie pelas mãos do criminoso Máscara Negra e de seu pai pelas mãos do vilão Capitão Bumerangue.

Miniatura DC Nº 06 - Robin

Tim Drake também interagiu, como Robin, com personagens de peso do Universo DC ao ajudar a fundar a Equipe Justiça Jovem, participar da 2ª formação dos Novos Titãs ao lado de Mutano, Ravena, Estelar, Cyborg, Connor Kent, Kid Flash e Moça-Maravilha (Cassie Sandsmark) e também da 3ª formação dos Novos Titãs com Cyborg, Moça-Maravilha, Devastadora e Kid Demônio. Com o famigerado Reboot da DC de 2012, chamado de Novos 52, a cronologia dos Robins foi alterada e o Robin mais afetado foi Tim Drake, que nessa nova abordagem ainda tem seus pais vivos e iniciou sua carreira de uma maneira muito diferente da cronologia original comentada acima. Nos Novos 52 ele se chama "Robin Vermelho" e possui um uniforme muito diferente deste.

Miniatura DC Nº 06 - Robin

Já é fato para mim que esse Reboot deveria ser desconsiderado e tudo deveria voltar a ser como antes. Infelizmente acho pouco provável que a DC retroceda nessa malfadada empreitada que foi os Novos 52, porém é o que ela deveria fazer. Isso pelo bem de muitos personagens (como é o caso de Tim Drake) e dos já combalidos e maltratados leitores. 

Ok amigos! É isso aí!

domingo, 23 de março de 2014

Superman - Batman: Inimigos Públicos


Superman - Batman: Inimigos Públicos é uma animação baseada em uma história em quadrinhos homônima do famigerado roteirista Jeph Loeb. A animação, lançada em DVD no Brasil já há algum tempo, segue a tradição das boas/ótimas animações da DC. Podemos dizer que, nessa área de animação a editora se coloca à frente da concorrente Marvel, trazendo animações que marcaram época desde os anos 90, tais como Batman: A Série Animada, que ajudou a redefinir o conceito ao redor do Homem-Morcego para toda uma nova geração, além de algumas mais recentes e comentadas aqui no Blog, Ponto de Ignição e Superman-Shazam: O Retorno de Black Adam. Superman - Batman: Inimigos Públicos traz uma história mediana, porém como veremos a seguir seu ponto alto é sem dúvida nenhuma alguns incríveis extras presentes no DVD lançado no Brasil.


A animação coloca Batman e Superman como aliados ao terem suas atividades marginalizadas em função da ascensão à Presidência dos EUA de ninguém menos que Lex Luthor. A partir de uma metódica campanha contra a atividade de super-humanos, Luthor coloca a opinião pública contra os dois vigilantes. A animação tem momentos muitos interessantes, embora no final esteja um pouco abaixo, em minha opinião, de outras animações da DC.


Dentre esses momentos interessantes da animação ressalto em primeiro lugar a relação entre Superman e Batman, que revela uma dinâmica de quase "irmãos" entre eles, com direito à tiradas ácidas de um para com o outro, além de um sentimento mútuo de proteção e cuidado. Batman funciona como um irmão mais velho para Clark, enquanto que para o Superman, Batman é alguém que ele admira, embora às vezes precise ser controlado dentro de sua visão particular de justiça.


Outro ponto alto é a presença de alguns super-heróis e vilões da DC. Ao terem suas cabeças colocadas à prêmio, Batman e Superman serão perseguidos por diversos vilões que aparecem tentando ganhar uma recompensa. Adicionalmente, a dupla terá que lidar com super-heróis à serviço do governo americano que agora compartilham a visão de Luthor a respeito do Homem de Aço.


Como disse acima, o ponto alto do DVD são os extras. A animação é vendida em dois discos. No DVD 1 encontramos o filme junto com um interessante material adicional. O telespectador poderá assistir à pequenos documentários sobre a realização de algumas importantes animações da DC, além de uma passagem sobre a série "A Noite Mais Negra". Os mini-documentários trazem informações sobre o processo criativo de cada uma das obras e pequenos comentários de alguns "pesos-pesados" do departamento de filmes animados da DC. Abaixo segue a lista do material:

1 - Mini-docmentário: A Noite Mais Negra (Por dentro do evento da DC Comics: Geoff Johns);

2 - Mini-docmentário sobre a animação: Mulher-Maravilha - A Princesa Amazona;

3 - Mini-documentário sobre a animação: Batman -  O Cavaleiro de Gotham (Uma Evolução Anime);

4 - Mini-documentário sobre a animação: Liga da Justiça - A Nova Fronteira (Da Graphic Novel ao Filme de Animação);

5 - Mini-documentário sobre a animação: Lanterna Verde - Primeiro Voo;

6 - Trailers da Animação "Lanterna Verde - Primeiro Voo", de "Fringe" e "Batman: Asilo Arkham".


É no DVD 2, no entanto que se encontra um material ainda mais interessante. No documentário "Uma Batalha de Mentes", de pouco mais de 20 minutos, Alan Burnett, Gregory Noveck, Paul Levitz, Joeph Loeb, Danny Fingeroth e a Dra. Robin S. Rosenberg (Editora do livro "Psychology of Superheroes") debatem sobre os perfis psicológicos de Bruce Wayne e Clark Kent. O documentário é cheio de interessantes "insights" a respeito da psiquê de cada personagem e a fala da Dra. Robin são as mais interessantes, pois partem de uma psicóloga que analisa as motivações e emoções intrínsecas de cada um.


Outro ponto alto é o documentário "Jantar com o Pessoal da DCU e com o convidado Kevin Conroy". Para quem não conhece, Kevin Conroy é a voz por trás do Batman nas diversas animações da DC. O documentário tem 26 minutos e nada mais é do que uma conversa descontraída durante um café da tarde informal entre Gregory Noveck (vice-presidente do Departamento de Criação da DC Comics à época da animação), Bruce Timm (produtor executivo de diversas animações da DC e das famosas séries de animação do Batman e do Superman nos anos 90), Andrea Romano (a grande (em minha opinião) diretora de elenco e dublagens das animações da DC) e Kevin Conroy. Em função da informalidade o documentário ficou gostoso de assistir e interessantes informações sobre o processo criativo da animações são relatadas.


Prosseguindo no sortido material extra temos ainda um mini-documentário sobre a animação "Liga da Justiça: Crise em Duas Terras". Destaques para os comentários de Andrea Romano e do roteirista da animação Dwayne McDuffie. Assistir alguns dubladores em ação nesse documentário é muito interessante, sobretudo a dublagem do ator James Woods para o personagem Coruja.


Por fim o DVD 2 se encerra com chave de ouro ao trazer dois episódios escolhidos a dedo por Bruce Timm da Série Animada do Superman dos anos 90 em que Batman e Superman aparecem juntos. Os episódios são: O Demônio Renasce e Hora do Cavaleiro. Bem, como podem ver é material extra para ninguém botar defeito! rs rs


Superman - Batman: Inimigos Públicos é uma animação que classifico como mediana à boa, porém tem seu ponto alto ao ser lançada junto com material extra tão interessante como o descrito acima. É isso pessoal! Grande abraço!

terça-feira, 18 de março de 2014

Miniatura Marvel Nº 34 - Caveira Vermelha

Miniatura Marvel Nº 34 - Caveira Vermelha

O Nº 34 da Coleção de Miniaturas Marvel traz o nazista Caveira Vermelha. Um personagem que conseguiu a façanha de se manter conhecido ao longo do tempo e chegar aos dias de hoje como sendo um vilão ainda relevante dentro do Universo Marvel. Herdeiro direto da ideologia nazista Johann Schmidt encarna todo o mal do Terceiro Reich, tornando-se um dos personagens mais simbólicos dentro da mitologia do Capitão América. Nessa matéria veremos alguns detalhes desta peça, bem como alguns importantes detalhes de sua vida.

Miniatura Marvel Nº 34 - Caveira Vermelha

A miniatura ficou bem satisfatória para mim. Mostra o vilão em uma pose ensandecida portando duas armas, sugerindo um clímax de ódio, raiva e loucura. Um momento no qual o personagem seria capaz de tudo. Os trajes do vilão também me agradaram porque tentam reproduzir a encapotada roupa da Polícia de Hitler, a SS. Isso situa essa versão do Caveira Vermelha nos anos 40, época em que ele surgiu como um capanga pessoal do Führer.

Miniatura Marvel Nº 34 - Caveira Vermelha

É interessante notar que, à semelhança de algumas outras peças da coleção, essa também traz uma sensação de movimento que pode ser notado no sobretudo do vilão. Como se um movimento do corpo do personagem ou mesmo uma brisa ou vento soprasse em uma determinada direção, movimentando o tecido da capa, nesse caso específico para frente. Efeito semelhante pode ser visto em alguns personagens comentados aqui no Blog, tais como, Thor e Vampira. Esse efeito é bem interessante para mim e é uma das características que destaco da coleção, pois valoriza as peças em suas poses.

Miniatura Marvel Nº 34 - Caveira Vermelha

Uma das únicas coisas que achei um pouco diferente do personagem original foi a forma com que a cabeça foi moldada. Achei a "Caveira" em si um pouco fina demais. Estou acostumado com um formato mais "gordinho" do famoso crânio escarlate. Mas obviamente esse foi um detalhe insignificante que me chamou a atenção. Outro ponto de destaque é que, embora difíceis de moldar em metal por serem pequenas, as pistolas nas mãos do vilão são críveis e convencem.

Miniatura Marvel Nº 34 - Caveira Vermelha

Johann Schmidt nasceu na Alemanha, filho de um camponês bêbado e sem escrúpulos. Como sua mãe morreu ao lhe dar à luz e seu pai logo cometeu suicídio, Schmidt foi encaminhado para um orfanato onde cresceu sofrendo maus tratos. A única pessoa que o olhou com carinho foi a filha de um comerciante judeu que lhe ofereceu trabalho quando ainda era bem jovem. Infelizmente ao ser rechaçado pela garota ao tentar algo além do que uma amizade, Schmidt a mata e sente um grande prazer nisso. Alimentando uma incrível sede de violência e raiva frente à tudo e à todos, o jovem alemão viria a conhecer ninguém menos que o Führer, Hitler.

Miniatura Marvel Nº 34 - Caveira Vermelha

Como fruto desse encontro, que ocorreu em um hotel em que o jovem Schmidt trabalhava, Hitler enxergaria o potencial para fúria e terror do rapaz, constituindo-o como um capanga particular, dando-lhe o nome de "Caveira Vermelha" ao vesti-lo com uma máscara vermelha em forma de caveira. Os anos passariam, mas assim como seu arqui-inimigo (o Capitão América), ele também entraria em estado de animação suspensa ao ser exposto à um gás experimental. Dessa forma Steve Rogers e Johann Schmidt atravessariam grande parte do Século XX em profundo sono.

Miniatura Marvel Nº 34 - Caveira Vermelha

Tal qual aconteceu com o Capitão, que foi substituído por um cidadão americano que passou a usar o manto de Capitão América durante os anos de Guerra Fria enquanto Steve Rogers estava em animação suspensa, outra pessoa também se apossou do nome e passou a agir como Caveira Vermelha durante esse período. Seu nome era Albert Malik, um espião comunista. O fim dos dois homens que substituiram o herói e o vilão originais tiveram fins trágicos após o retorno dos originais. Em minha opinião, em função de uma mitologia extensa e longa, e por causa do trabalho pouco inspirado de muitos roteiristas, a trajetória do Caveira Vermelha foi ficando cada vez menos crível. Com mortes, ressurreições, transmutações de mentes, de corpos, construções de clones e de MVAs (modelos de vida artificial) do vilão. Toda essa licença fantástica que, na minha opinião faz parte do mundo ficcional do quadrinhos, foi por demais abusada em alguns personagens, o que acabou por deixá-los apenas sombras do que foram no passado.

Miniatura Marvel Nº 34 - Caveira Vermelha
 
Concluindo, acredito no poder do personagem que o Caveira Vermelha representa, porém ele é hoje vítima dos problemas que discuto acima. Infelizmente tais questões não afligem apenas esse vilão, mas também uma imensa gama de heróis e vilões do Universo Marvel e DC. Tais questões nos arremetem à uma outra pergunta: Como livrar os personagens ficcionais dos quadrinhos daquilo que se constitui em sua grande conquista, mas ao mesmo tempo em sua possível ruína: a extensa mitologia que carregam?

Quem tiver a resposta para essa pergunta poderá se tornar o novo Stan Lee ou Jack Kirby para uma nova geração de leitores.

Abraço à todos!

domingo, 9 de março de 2014

Uma História de Amor e Fúria


Há algum tempo iniciei aqui no Blog uma coluna para comentar algumas animações que chamaram minha atenção. Recentemente assisti a uma delas que, além de ser Brasileira, ganhou de forma justa o Prêmio Máximo em 2013 no Festival de Animação de Annecy (o mais importante do gênero no mundo). Sua excelência técnica, roteiro extremamente interessante e diálogos precisos e enxutos a tornam um grande feito. Uma História de Amor e Fúria caminha por entre importantes momentos da História Brasileira mostrando, sob a ótica do povo, diversos acontecimentos cabais, além de encenar uma história de amor que vai além do tempo.


A história começa na aurora do Brasil, na região de Guanabara (Rio de Janeiro) no ano de 1566. Ali o índio Abeguar (Selton Mello) da tribo Tupinambá vivia com sua tribo ao lado da índia Janaína (Camila Pitanga). Abeguar e sua tribo são atirados no redemoinho da disputa entre Portugueses e Franceses pelas Terras Virgens do Brasil. O destino de Abeguar seria, no entanto alterado porque o Grande Deus Munhã o escolheria para ser imortal e assim lutar contra Anhangá, uma força do mal que tem sede de morte, destruição e um apetite imenso por devorar a natureza, apodrecer nossas águas, dizimar nossos animais e empobrecer nossa terra.


Abeguar vagaria por entre séculos em forma animal e o encontro com Janaína em futuras Eras seria a chave para torna-lo humano novamente a cada ciclo, e assim manter sua solitária luta contra Anhangá. Dessa forma o índio Tupinambá viveria a Revolta da Balaiada na Maranhão de 1838, uma vez que ele próprio na verdade seria Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, o Manuel Balaio, um simples artesão de balaios que, após ser massacrado pelo governo corrupto da época e ter suas filhas violentadas por policiais, resolve se erguer contra o poder vigente na época.


Manuel Balaio lutaria ao lado de Janaína e de bravos guerreiros, chegando a ocupar cidades, mas seu destino ainda estaria no futuro.


A história avançaria e traria Manuel Balaio para o Rio de Janeiro de 1964 durante o golpe militar, onde novamente encontraria Janaína. Sob o nome de Carlos, ele lutaria ao lado de um grupo armado para restaurar as liberdades civis em plena ditadura, seria torturado e chegaria até os anos 80.


Em 1980 Carlos aparece como um professor em uma favela, participando da alfabetização de adultos e lutando ao lado do amigo dos anos de prisão, o negro "Feijão".


A beleza das imagens e dos cenários não deixa nada a desejar às animações em 2D atualmente, pelo contrário, são até superiores. O filme ainda levaria Carlos ao ano de 2096, onde ele se depararia com um Brasil poderoso no cenário mundial. Detentor de um dos bens mais preciosos do Planeta: a água. Esse recurso natural seria, no entanto estatizado pela "Aquabrás" e renderia muito pouco aos Brasileiros, enriquecendo apenas alguns poucos. Isso deixaria milhões de famílias com sede, vivendo com uma porção ínfima diária de água. Algumas imagens são bem emblemáticas para qualquer Brasileiro, como o Cristo Redentor que se apresenta com um braço quebrado, vítima dos militantes do "Comando Água para Todos".


Nesse distópico contexto, vemos um Carlos sem esperança e sem forças, que se recusa a continuar lutando diante de um mundo em que a corrupção sempre vence.


O roteiro e direção é de Luiz Bolognesi que conduz o filme de forma bem profissional. A animação traz, sem dúvida nenhuma, interessantes questões a respeito de nossa história e de nossa postura diante delas. Não é à toa que uma das frases mais presentes em toda narrativa é:

VIVER SEM CONHECER O PASSADO É... VIVER NO ESCURO.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Quarteto Fantástico 1234

Quarteto Fantástico - Nº 01 - Capa

Há algum tempo gostaria de comentar algumas coisas dentro da coluna "Boa Leitura". Um espaço onde costumo comentar histórias que, embora não sejam expoentes dentro da 9ª Arte, sem dúvida nenhuma estão acima da média e valem a pena serem lidas, em minha opinião. Recentemente li Quarteto Fantástico 1234 de Grant Morrison e, para mim, foi uma grata surpresa. Grant Morrison, como todos sabemos, é um dos expoentes dos quadrinhos das últimas 3 décadas e, embora muitas vezes sua genialidade apresente altos e baixos, algumas de suas obras são exemplos incontestes de que ele é um ótimo escritor. Em Quarteto Fantástico 1234, Morrison consegue retratar de forma intimista e genial o universo interno da família mais conhecida da Casa das Ideias. Nessa matéria veremos alguns aspectos desta obra.

Quarteto Fantástico - Nº 02 - Capa

Existem alguns personagens e grupos que trazem em si o DNA da Marvel. Podemos dizer que o Quarteto Fantástico é um desses exemplos. Com o passar dos anos, no entanto venho percebendo uma certa dificuldade de se escrever histórias relevantes usando o grupo. Talvez os roteiristas encontrem dificuldade em construir uma narrativa envolvendo uma "família de super-heróis", algo muito mais inocente e condizente com o clima dos anos 60. Lançada como minissérie em 2001 pelo selo Marvel Knights, Quarteto Fantástico 1234 foi relançado no Brasil pela Panini como encadernado em março de 2013. Morrison de forma brilhante não cai no velho clichê de usar a família fantástica da Marvel para repetir fórmulas que, embora interessantes, já foram amplamente usadas. Na verdade, o autor disseca cada personagem em seus desejos secretos e tristezas. Apresenta um Ben Grimm massacrado pela solidão de monstro que lhe foi imposta; um Johnny Storm que em sua inconsequência, arbitrariedade e superficialidade humana torna-se alguém irrelevante para si e para os outros ao redor; uma Sue Storm isolada e solitária em um casamento frio e sem sentido; e um Reed Richards que pouco aparece na história ao permanecer perdido em seu mundo de ideias e intelecto.

Quarteto Fantástico - Nº 03 - Capa

Inimigos clássicos do Quarteto também aparecem na história, porém também são retratados de forma diferente, como se observados através de uma lupa. Dr. Destino, Toupeira e Namor convergem dentro de um plano para interferir nos desejos e inconsistências de cada membro da família. Um dos pontos altos da história é a arte de Jae Lee. O traço de Lee confere à história uma atmosfera extremamente onírica. Com isso o leitor se vê contemplando o universo interior de cada personagem. Ao ler a história, não pude deixar de ter a mesma sensação que tive ao entrar em contato com Sandman de Neil Gaiman. Uma sensação de se estar trafegando entre o mundo real e das sensações interiores.

Quarteto Fantástico - Nº 04 - Capa

Destaque também deve ser dado para sequencias muito interessantes, dentre elas a triste conversa que Sue Storm e Alicia Masters travam durante um jantar em que insistentes pingos de chuva caem de uma claraboia quebrada no apartamento de Alicia. Os silêncios e as imagens conferem toda carga dramática necessária, e sons, cheiros e outras sensações podem ser intuídas pelo leitor, culminando com a descrição que Alicia faz de Namor, cuja presença começa a ser sentida também por Sue.


A arte de Lee, se bem apreciada, re-significa a narrativa e aprofunda cada cena.


Sinto falta do antigo Namor, aquele que existia antes de sua influência mutante ter sido explorada. Para mim ele se encaixava muito melhor no Universo do Quarteto do que no Universo Mutante. O discurso dele era mais altivo, sua postura ambígua era muito mais explorada. Grant Morrison resgata um pouco desse antigo Namor, inclusive até no traje, pois é representado apenas com sua famosa sunga verde adornada por uma concha e escamas. Destino e o Toupeira também aparecem em ótima forma e se fazem relevantes mesmo em nosso Universo atual, bem diferente daquele dos anos 60.


A antiga paixão entre Namor e Sue também é retomada e reacendida durante as páginas, e o leitor quase que chega a torcer para que ela se descida à ir embora com ele para as profundezas.


Quarteto Fantástico 1234 estava na fila de leitura aqui em casa há algum tempo e foi uma grande e agradável descoberta. Recomendo-o à todos os fãs.

Grande abraço à todos!
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